1998, A ORLA RECÉM INAUGURADA
ATUALMENTE VANDALISMO NA PEDRA INAUGURAL
ATUALMENTE, CIMENTO AO INVÉS DE PEDRA PORTUGUESA
E O LIXO NA PARTE INTERNA
Lembro-me do
velho Tiro e Queda, lugar onde nós maracanaenses nos deliciávamos em curtições
permitidas pela nossa juventude, quem não queria estar na praça o tinha como a
segunda opção de lazer, namorávamos, juntávamos grupo de amigos, sentávamos nas
canoinhas amarradas à beira mar e jogávamos conversa fora ao luar, comigo iam
amigos como Socorro, Cláudia e Solange, que em algumas vezes ajudavam a
conduzir meus filhos Juliane e Jonathan em nossos passeios. Pessoas que
não faziam parte do nosso grupo, também se deslocavam para lá com o mesmo
propósito que tínhamos, juntavam-se a nós, e juntos cantávamos, conversávamos e
contávamos piadas. Nessa época tínhamos liberdade de trafegar em
frente nossa cidade, ah... Não posso esquecer da mangueira em
frente a casa do seu Jonas Machado, onde casais ou colegas disputavam um
espaço naquelas enormes raízes expostas no solo, quantas tardes e noites
nos deliciamos com o por do sol naquele lugar, éramos livres, completamente
livres e felizes.
A “Turma da Fulhanca”, (nome criado pelo Brazinho para substituir a palavra fuzarca) era parte da composição da juventude maracanaense na década de 70, composta por: Espiga, Daniel, Zeca, Éldio Piedade, os irmãos, Evandro e Nevinha Almeida, os irmãos, Alexandre e Roberto Salomão, os irmãos, Socorro, Nando e Raimundinho Sá, os irmãos, Ró, Leila e Carlinhos Botelho, Moisés, Raimundo e Lena, Jorjão e Míriam, Beto e Guigui, os irmãos, Renato (Periquito), Tereza e Joaquim Ferreira (filhos da Prefeita Dona Ney) e seus amigos Reinaldo Ruivo e Ângelo, os irmãos, Alfredo, José Antônio e Inês (filhos do Juiz de Direito, Dr. José Antônio Gonçalves Alves), Olizinho, Waldete Amaral , Leno, Sílvio, Ximango e eu Sônia Maltez. Juntavam-se a nós, Haroldo Almeida, filho do Prefeito de Igarapé Açú, Gidalte Alves Almeida, juntamente com Toninho e Joca filhos do rei da Pimenta Preto Tomé que deslocavam-se para cá na “frota”de Fiats do pai, não citarei nomes de alguns membros do grupo que hoje por estarem inseridos na política partidária local, não iriam gostar de vê-los aqui expostos. Mas quem viveu essa época sabe como essa memória faz bem para todos nós pela solidez da amizade e pela liberdade que tínhamos. Todas as vezes que nos encontramos para um bate papo, lembramos das brincadeiras em lugares públicos como a orla, a praça onde sequer tínhamos noção do que era perigo. Nessa época a iluminação local era gerada por um motor da Força e Luz instalada em uma pequena usina na Rua Espírito Santo com a esquina da Trav. Ernesto Gomes, este motor era desligado a meia noite, e mesmo no escuro nos divertíamos com músicas gravadas nas fitas cassetes dos carros dos meninos ou com as serestas que fazíamos ao luar entre a praça e a "beira", ( antes a orla era chamada assim, devido as falésias que nos separam do mar).
Em 1998 na administração do Prefeito Rafael de Loureiro Reis, a orla de Maracanã ganhou de presente a construção de um passeio feito com pedras portuguesas e bancos, o espaço ficou bem estruturado fisicamente e visualmente, por esse motivo, muitos habitantes o instituíram como o espaço para suas caminhadas e momentos de lazer, que incluía namoro ao luar ou ver o por do sol, mas ela apesar de bonita faltava algo, árvores, e aí entra o trabalho dos moradores dos arredores e de D. Anita Botelho, que plantaram mudas de árvores que nos presentearam com sombra e beleza, não havia dia nem hora estabelecida para moradores ou visitantes se deliciarem com a paisagem que se estendia à sua frente.
Atualmente, tudo o que ouvimos é que não se pode mais trafegar pela orla, devido a incidência de roubos que nela acontecem. Durante o dia no quarteirão que faz frente ao BANPARÁ, vemos um policiamento ostensivo dos militares da cidade, inclusive com a presença de sua viatura, depois que esta instituição financeira fecha, a segurança militar transfere-se para o entardecer em frente ao posto de combustíveis (único na cidade). Você já deve ter entendido o porquê desse efetivo, grana extra é claro.
Eu vivia em um mundo restrito de pessoas que não têm idéia do que na realidade acontece em determinados locais nesta cidade, somente imaginava as cenas através dos comentários que ouvia. Porém neste domingo dia 15 de abril, após chegar do município de Bonito onde acompanhei os jogadores quarentões do Botafogo para uma partida amistosa com um time da referida cidade, tive necessidade de fazer uma ligação pela operadora TIM, cujo sinal aqui só é disponibilizado na orla, para minha surpresa, fui abordada por um garoto com aproximadamente 16 anos de idade, que portava uma faca normalmente destinada para uso doméstico de corte de carne ou de peixe, que com todo atrevimento peculiar de um meliante , pediu-me que não olhasse para ele e que lhe entregasse o meu telefone móvel, confesso que estranhei minha frieza diante da situação, pois me dirigindo a ele disse que daria sim,mas primeiro tiraria o chip, e como ele não me olhava, desconectei a bateria do aparelho e o entreguei, o pilantrinha sumiu tão rápido quanto apareceu, existem outros detalhes que não relatarei aqui, pois estenderia demais essa leitura.
Dia 16 segunda feira, estava eu na esquina do "Castelo de Grayskull" , (em frente ao Botafogo) com meus colegas do Clube da Esquina, Rildo Guimarães, Sidney Lobo, Leonardo Lobo, Ezequiel Salomão, Dorico e Maylon, quando por volta de 21:00h chegou o Marcelo Almeida nos contando que tinha presenciado uma ação de um bandidinho, que com uma faca ao ouvido fingindo ser um telefone celular, na maior cara de pau dirigiu-se para um casal que estava no banco da orla e extraiu-lhes os telefones. E aí eu pergunto, onde está o direito de ir e vir, que nossa Constituição “nos dá”...? Onde está a segurança que teria que ser implantada a partir da arrecadação dos nossos impostos ...? Maracanã pela sua extensão física não era para estar entregue a esse descaso pelas esferas responsáveis. Na orla, já era para ter sido promovida uma revitalização com mais iluminação, mais limpeza, existe uma parte do passeio que as pedras com passar do tempo se soltaram, e simplesmente foi colocada uma massa de cimento, para tapar os buracos que ficaram e que nem são tão grandes, esse trabalho mal feito mudoude forma tosca e grosseira toda a estética de sua origem, se realmente houvesse boa vontade administrativa daria para manter o padrão original .
Hoje eu entendo porque a orla de nossa cidade de Maracanã, tão “endeusada” em alguns pronunciamentos e postagens no Facebook, está transformada em um lugar lúgubre, abandonado pela população que não se sente segura para ir com a família ou amigos jogar conversa fora, namorar ou simplesmente curtir o luar ou o por do sol. Que pena que a juventude atual não possa desfrutar da mesma liberdade que outrora tivemos. Onde estão os maracanaenses que gritam aos quatro cantos que amam esta terra, se a amam tanto assim como ousam abandoná-la, deixando morrer um cartão postal que é mostrado na mídia como propaganda enganosa. Se observarmos com mais raciocínio chegaremos à conclusão de que na verdade a orla tornou-se um elefante branco para sua população, pois atualmente não tem serventia nenhuma, e deveria ser um espaço livre para lazer. A orla em sua extensão que fica em frente à praça, tornou-se uma favela, onde construções grosseiras, horrorosas, esgotos a céu aberto, lixões e barracões de festa que promovem verdadeiras orgias para menores de idade, que se embebedam aos fins de semana e aumentam o medo que as pessoas de bem tem de sair de suas casas, seja para um simples passeio, um lanche ou um sorvete, pois devido o barulho ensurdecedor do volume fora da lei das aparelhagens, que abusam da autoridade policial teimando em manter seus volumes ensurdecedores, tirando das famílias o direito de desfrutar bons momentos em grupo em um espaço aberto propício. Isso tudo apaga a beleza da frente da cidade que é tida como paixão em discursos demagógicos que ouvimos nos dias em que nossa cidade iguala-se ao Império Romano.
Quem ama não maltrata, vamos nos unir e restaurar o tráfego de pessoas na nossa orla vamos nos mobilizar de alguma forma e reivindicar mais iluminação e segurança noturna, vamos resgatar direitos fundamentais que temos e que estão sendo esquecidos diante da hipocrisia do “não vou dar continuidade porque não fui eu que fiz”. Os problemas que existem em nossa orla são evidentes, e até quando vamos deixar que eles sejam mascarados por aqueles que andam em seus carros com vidros fechados e peliculados, precisamos nos conscientizar de que eles não precisam da orla nem da praça para seu lazer, nós trabalhadores comuns sim, precisamos, então mãos a obra, vamos resgatar nossa Maracanã antes que seja tarde demais.
Sônia Maltez
A “Turma da Fulhanca”, (nome criado pelo Brazinho para substituir a palavra fuzarca) era parte da composição da juventude maracanaense na década de 70, composta por: Espiga, Daniel, Zeca, Éldio Piedade, os irmãos, Evandro e Nevinha Almeida, os irmãos, Alexandre e Roberto Salomão, os irmãos, Socorro, Nando e Raimundinho Sá, os irmãos, Ró, Leila e Carlinhos Botelho, Moisés, Raimundo e Lena, Jorjão e Míriam, Beto e Guigui, os irmãos, Renato (Periquito), Tereza e Joaquim Ferreira (filhos da Prefeita Dona Ney) e seus amigos Reinaldo Ruivo e Ângelo, os irmãos, Alfredo, José Antônio e Inês (filhos do Juiz de Direito, Dr. José Antônio Gonçalves Alves), Olizinho, Waldete Amaral , Leno, Sílvio, Ximango e eu Sônia Maltez. Juntavam-se a nós, Haroldo Almeida, filho do Prefeito de Igarapé Açú, Gidalte Alves Almeida, juntamente com Toninho e Joca filhos do rei da Pimenta Preto Tomé que deslocavam-se para cá na “frota”de Fiats do pai, não citarei nomes de alguns membros do grupo que hoje por estarem inseridos na política partidária local, não iriam gostar de vê-los aqui expostos. Mas quem viveu essa época sabe como essa memória faz bem para todos nós pela solidez da amizade e pela liberdade que tínhamos. Todas as vezes que nos encontramos para um bate papo, lembramos das brincadeiras em lugares públicos como a orla, a praça onde sequer tínhamos noção do que era perigo. Nessa época a iluminação local era gerada por um motor da Força e Luz instalada em uma pequena usina na Rua Espírito Santo com a esquina da Trav. Ernesto Gomes, este motor era desligado a meia noite, e mesmo no escuro nos divertíamos com músicas gravadas nas fitas cassetes dos carros dos meninos ou com as serestas que fazíamos ao luar entre a praça e a "beira", ( antes a orla era chamada assim, devido as falésias que nos separam do mar).
Em 1998 na administração do Prefeito Rafael de Loureiro Reis, a orla de Maracanã ganhou de presente a construção de um passeio feito com pedras portuguesas e bancos, o espaço ficou bem estruturado fisicamente e visualmente, por esse motivo, muitos habitantes o instituíram como o espaço para suas caminhadas e momentos de lazer, que incluía namoro ao luar ou ver o por do sol, mas ela apesar de bonita faltava algo, árvores, e aí entra o trabalho dos moradores dos arredores e de D. Anita Botelho, que plantaram mudas de árvores que nos presentearam com sombra e beleza, não havia dia nem hora estabelecida para moradores ou visitantes se deliciarem com a paisagem que se estendia à sua frente.
Atualmente, tudo o que ouvimos é que não se pode mais trafegar pela orla, devido a incidência de roubos que nela acontecem. Durante o dia no quarteirão que faz frente ao BANPARÁ, vemos um policiamento ostensivo dos militares da cidade, inclusive com a presença de sua viatura, depois que esta instituição financeira fecha, a segurança militar transfere-se para o entardecer em frente ao posto de combustíveis (único na cidade). Você já deve ter entendido o porquê desse efetivo, grana extra é claro.
Eu vivia em um mundo restrito de pessoas que não têm idéia do que na realidade acontece em determinados locais nesta cidade, somente imaginava as cenas através dos comentários que ouvia. Porém neste domingo dia 15 de abril, após chegar do município de Bonito onde acompanhei os jogadores quarentões do Botafogo para uma partida amistosa com um time da referida cidade, tive necessidade de fazer uma ligação pela operadora TIM, cujo sinal aqui só é disponibilizado na orla, para minha surpresa, fui abordada por um garoto com aproximadamente 16 anos de idade, que portava uma faca normalmente destinada para uso doméstico de corte de carne ou de peixe, que com todo atrevimento peculiar de um meliante , pediu-me que não olhasse para ele e que lhe entregasse o meu telefone móvel, confesso que estranhei minha frieza diante da situação, pois me dirigindo a ele disse que daria sim,mas primeiro tiraria o chip, e como ele não me olhava, desconectei a bateria do aparelho e o entreguei, o pilantrinha sumiu tão rápido quanto apareceu, existem outros detalhes que não relatarei aqui, pois estenderia demais essa leitura.
Dia 16 segunda feira, estava eu na esquina do "Castelo de Grayskull" , (em frente ao Botafogo) com meus colegas do Clube da Esquina, Rildo Guimarães, Sidney Lobo, Leonardo Lobo, Ezequiel Salomão, Dorico e Maylon, quando por volta de 21:00h chegou o Marcelo Almeida nos contando que tinha presenciado uma ação de um bandidinho, que com uma faca ao ouvido fingindo ser um telefone celular, na maior cara de pau dirigiu-se para um casal que estava no banco da orla e extraiu-lhes os telefones. E aí eu pergunto, onde está o direito de ir e vir, que nossa Constituição “nos dá”...? Onde está a segurança que teria que ser implantada a partir da arrecadação dos nossos impostos ...? Maracanã pela sua extensão física não era para estar entregue a esse descaso pelas esferas responsáveis. Na orla, já era para ter sido promovida uma revitalização com mais iluminação, mais limpeza, existe uma parte do passeio que as pedras com passar do tempo se soltaram, e simplesmente foi colocada uma massa de cimento, para tapar os buracos que ficaram e que nem são tão grandes, esse trabalho mal feito mudoude forma tosca e grosseira toda a estética de sua origem, se realmente houvesse boa vontade administrativa daria para manter o padrão original .
Hoje eu entendo porque a orla de nossa cidade de Maracanã, tão “endeusada” em alguns pronunciamentos e postagens no Facebook, está transformada em um lugar lúgubre, abandonado pela população que não se sente segura para ir com a família ou amigos jogar conversa fora, namorar ou simplesmente curtir o luar ou o por do sol. Que pena que a juventude atual não possa desfrutar da mesma liberdade que outrora tivemos. Onde estão os maracanaenses que gritam aos quatro cantos que amam esta terra, se a amam tanto assim como ousam abandoná-la, deixando morrer um cartão postal que é mostrado na mídia como propaganda enganosa. Se observarmos com mais raciocínio chegaremos à conclusão de que na verdade a orla tornou-se um elefante branco para sua população, pois atualmente não tem serventia nenhuma, e deveria ser um espaço livre para lazer. A orla em sua extensão que fica em frente à praça, tornou-se uma favela, onde construções grosseiras, horrorosas, esgotos a céu aberto, lixões e barracões de festa que promovem verdadeiras orgias para menores de idade, que se embebedam aos fins de semana e aumentam o medo que as pessoas de bem tem de sair de suas casas, seja para um simples passeio, um lanche ou um sorvete, pois devido o barulho ensurdecedor do volume fora da lei das aparelhagens, que abusam da autoridade policial teimando em manter seus volumes ensurdecedores, tirando das famílias o direito de desfrutar bons momentos em grupo em um espaço aberto propício. Isso tudo apaga a beleza da frente da cidade que é tida como paixão em discursos demagógicos que ouvimos nos dias em que nossa cidade iguala-se ao Império Romano.
Quem ama não maltrata, vamos nos unir e restaurar o tráfego de pessoas na nossa orla vamos nos mobilizar de alguma forma e reivindicar mais iluminação e segurança noturna, vamos resgatar direitos fundamentais que temos e que estão sendo esquecidos diante da hipocrisia do “não vou dar continuidade porque não fui eu que fiz”. Os problemas que existem em nossa orla são evidentes, e até quando vamos deixar que eles sejam mascarados por aqueles que andam em seus carros com vidros fechados e peliculados, precisamos nos conscientizar de que eles não precisam da orla nem da praça para seu lazer, nós trabalhadores comuns sim, precisamos, então mãos a obra, vamos resgatar nossa Maracanã antes que seja tarde demais.
Sônia Maltez
Puxa, que triste...a orla é tão linda, mas quando fui percebi que estava bem escura e mal cuidada.....quem deveria cuidar e manter deve estar preocupado com tanta coisa inútil para a população, porém vantajosa para si, e trata com descaso o bem público...vamos fazer um movimento....divulgar..nao custa tentar!!!
ResponderExcluirInfelizmente o povo acomoda-se e deixa as coisas acontecerem, muitas vezes por estarem atrelados ao voto de cabresto,que prende seu emprego,o recebimento de sua bolsa família, enfim, esses benefícios que calam o povo diante dos desmandos políticos.
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